Texto Ana Filipa Sousa de Sousa
Cerca de 40 idosos, com idades entre os 75 e os 85 anos, estão a participar num estudo interativo “inovador” para “provar” os benefícios da realidade virtual junto da comunidade sénior ao nível da psicoterapia, fisioterapia e psicomotricidade.
A Santa Casa da Misericórdia de Vidigueira (SCMV), em conjunto com a empresa especialista VR2Work e o Centro de Investigação em Matemática e Aplicações da Universidade de Évora, iniciaram recentemente as sessões práticas do estudo interativo sobre o impacto da realidade virtual na comunidade sénior no concelho. Segundo a diretora técnica da SCMV, Isabel Machado Palma, este “trata-se de um estudo interventivo, ao nível da psicologia clínica e da saúde, que pretende provar que a realidade virtual é uma ferramenta eficaz [nas áreas] da psicoterapia, fisioterapia e psicomotricidade no que se refere às problemáticas da 3.ª idade”.
O estudo, que se encontra ainda numa fase de diagnóstico, assenta em dois métodos de análise distintos. Ao “Diário do Alentejo” (“DA”) a diretora de 53 anos explica que os idosos, além de visualizarem “diversas realidades virtuais” com os “óculos”, como cidades e fundos do mar, também são submetidos a uma avaliação psicológica com o preenchimento de questionários específicos. Estes contêm “conteúdos adequados e supervisionados” por uma equipa de psicólogos clínicos e de saúde para aumentar e detalhar os resultados obtidos. A seleção dos participantes requer, também ela, uma análise de acordo com o estado de saúde dos idosos, onde “não devem apresentar demências nem outros problemas associados”.
De acordo com Isabel Machado Palma, o desenvolvimento desta investigação surge da necessidade de se intervir junta da comunidade desta faixa etária promovendo um maior bem-estar e qualidade de vida, bem como o fomento da interação social, do combate ao isolamento e da exclusão social. Também o facto da região alentejana e do próprio concelho de Vidigueira serem “territórios marcadamente envelhecidos” torna o estudo uma mais-valia para a posterior “implementação de recursos que vão ao encontro das suas necessidades”, esclarece.
As primeiras sessões realizaram-se a 26 de agosto, com 10 participantes, nas instalações do serviço de apoio domiciliário e no próprio domicílio dos idosos. A diretora técnica garante que, até ao momento, “o feedback foi bastante positivo”, uma vez que, permitiu criar uma dinâmica e interação social entre os idosos.
O estudo que se apresenta como inovador, eficaz e eficiente está a decorrer com 40 participantes, entre os 75 e os 85 anos, e passará ainda por uma fase sociodemográfica, não apresentando para já uma previsão de conclusão. Isabel Machado Palma, espera, assim, que a comunidade sénior se sinta integrada e acompanhada e que esta investigação contribua para tal.