Diário do Alentejo

“A leitura é o pão que mata a fome dos curiosos”

31 de maio 2022 - 11:43

Felisbela Baião tem 53 anos e é natural de Beringel. Tem o curso de Professor do Ensino Básico, na variante de Português e Francês, e uma Pós-Graduação em Ensino Especial no domínio Cognitivo e Motor. É professora de Educação Especial no Agrupamento de Escolas n.º 2 de Beja. É autora do blogue O perfume das palavras, participou nas antologias poéticas “Essência dos Sentidos III”, “Amantes da Poesia”, “Antologia poetas d´hoje” e “ O poemário”. Em 2019 publicou o livro de contos, “À Descoberta da Cidadania”, com ilustrações de Vanda Rosário, como forma de incentivo à leitura em família e nas aulas da nova disciplina de Cidadania.

 

" E se eu te contasse um conto?” é o título do seu mais recente livro lançado à pouco tempo na Biblioteca Municipal José Saramago, em Beja.

 

Texto José Serrano

 

 

Como nos apresenta este seu livro?

É um livro cheio de contos de um tempo passado, para ler em família, que nos convida a partilhar ideias com os familiares mais novos. Fomenta a boa disposição e o diálogo, levando a um conhecimento mais profundo, uns dos outros. Um livro dedicado ao meu pai, que me recorda momentos da infância e juventude.

 

Qual é a magia que geralmente acontece, entre contador e ouvinte, quando o repto à pergunta “e se eu te contasse um conto”, é aceite?

A magia acontece quando nos identificamos com situações e personagens. É um misto de recordação e comparação. Quem conta refere que é uma leitura leve e cheia de “coisas muito nossas”. Quem escuta admite o espanto, a admiração.

 

Considera que essa partilha de aventuras entre pais e filhos, avós e netos, através das páginas de um livro, se tem vindo a perder?

Considero que as novas tecnologias não trouxeram só coisas boas, pois também trouxeram a falta de diálogo, entre os elementos da família. A falta de tempo por parte dos pais, para com os filhos, é também fator determinante para essa perda. Nessa perspetiva, este livro pode alterar um pouco essa lacuna, aproximando gerações.

 

Seria benéfico, para as famílias, colocar a pergunta que dá título ao livro com mais assiduidade?

Seria fulcral. A leitura é o pão que mata a fome dos curiosos… quem, seja de que idade for, não gosta de ouvir um conto?

 

Podemos dizer que este é um livro “aproximador” de gerações?

O livro conta-nos histórias passadas e os pormenores, bem conhecidos dos adultos, leva-os a recordar a sua infância. Através dessas histórias podem criar-se paralelos com a infância e adolescência atuais. A forma de sentir e viver foi de tal forma modificada que os jovens terão dificuldade em compreender determinados comportamentos das personagens. Daí, a importância de serem lidas em conjunto.

 

As ilustrações do livro, da sua autoria, ajudam a “descodificar” as palavras, as histórias que o livro conta?

As ilustrações, simples, ajudam a descodificar e compreender as histórias, porque foram criadas propositadamente para elas. Cada uma foi pensada a partir da história já feita. Além disso, como que sintetizam a história, a resumem.

 

Qual o sentimento que mais anseia que o seu livro possa levar junto dos seus utilizadores?

O sentimento será certamente a partilha. Ler abre horizontes, cria conhecimento e gera criatividade. Este livro fomenta a necessidade de mostrar a realidade de um tempo que passou, mas que pode tornar-se presente. Espero que se divirtam com estes curtos contos. 

 

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