A Associação Arruaça, criada em 2005, em Beja, atua em diversas áreas, sobretudo, na de promoção da diversidade cultural, através da realização de iniciativas como o Mercado Livre, o Beja Pride, o Festival de Bandas de Beja ou outros eventos musicais, mas também pela intervenção social, com a promoção de atividades de ocupação de tempos livres de jovens com maior potencial de fragilidade, em bairros sociais da cidade.
Recentemente apresentou na Praça de República da capital do Baixo Alentejo, a coletânea poética intitulada “Novos Poetas de Beja”, livro que resulta de uma iniciativa da associação, que abriu inscrições, em novembro de 2021, para o envio de poemas originais. Acerca deste projeto, o “Diário do Alentejo” falou com Nádia Mira, presidente da associação.
Texto José Serrano
Podemos dizer que a alma não foi pequena, relativamente aos trabalhos poéticos que receberam?
Sem dúvida. A diversidade de participações que recebemos, bem como a diversidade de sensações que estas nos causaram são, para nós, prova inequívoca de que a alma não foi pequena.
Sendo as poetisas e os poetas, presentes nesta obra, residentes no concelho de Beja, existe uma similitude no desassossego das várias escritas ou elas são dissemelhantes, umas de outras?
É sempre possível, quando feitas comparações, encontrar semelhanças entre aquilo que são as expressões poéticas individuais. Porém, procurou-se conseguir uma pluralidade de formas de expressar e de sentir, dentro dessa pulsão poética comum.
A apresentação do livro fez-se na esplanada da Mercearia/Cafetaria/Livraria a Pracinha, em Beja, com todos os autores presentes a lerem alguns dos poemas desta obra. Revestiu-se de algum simbolismo este ecoar da poética pelo ar livre das ruas da cidade?
Não diríamos que é um simbólico, porque nos é natural. Está na génese da Arruaça essa ligação com a rua e a cidade. Fazer ecoar poesia pelo ar livre da nossa principal praça é apenas mais uma vertente dessa presença. E que bonito foi.