Diário do Alentejo

Centro de logística da Mesa em Beja operacional em 2025

31 de março 2022 - 14:40

A Mesa vai investir 5,5 milhões de euros na construção de um centro de logística num terreno vendido pelo município perto do aeródromo municipal de Beja e prevê ciar uma centena de postos de trabalho.  O novo equipamento deverá estar concluído em 2025.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, informou que o município celebrou a escritura de venda de um terreno com a Mesa – manutenção, engenharia e serviços de aeronaves, lda, para a construção de um centro de logística de apoio à operação de manutenção de aviões que presta no aeroporto da cidade.

 

O presidente do grupo Hi Fly, Paulo Mirpuri, dono da Mesa, esclareceu que o centro, vai ser construído junto ao Aeródromo Municipal de Beja, situado “a poucos quilómetros do aeroporto”, e servirá para receção, armazenamento e expedição de peças e terá oficinas de verificação, reparação e certificação de componentes.

 

Esta nova infraestrutura “irá complementar” o centro logístico da Mesa no concelho de Seixal, no distrito de Setúbal, o qual, “face ao crescimento da sua atividade, esgotará a capacidade num horizonte de dois a três anos”, explicou o responsável da empresa.

 

O terreno para a construção do centro foi vendido pelo município por 54 mil euros e aí irá nascer uma unidade que criará, numa primeira fase, 24 postos d trabalho diretos e 72 indiretos. Paulo Arsénio, na sua página do Facebook diz que este investimento privado “significa que [o concelho] ganha mais competências na área da indústria aeronáutica no concelho]. O presidente da Câmara Municipal de Beja diz que o passo seguinte éa “apresentação do projeto nos serviços técnicos da autarquia e posterior início das obras e das infraestruturas necessárias de apoio ao armazém e oficinas”.

 

O mesmo autarca informou que o investidor prevê o começo da laboração no espaço “dentro de aproximadamente três anos”. “O objetivo é que o centro logístico possa estar a funcionar em 2025”, disse Paulo Mirpuri à Lusa, referindo que a nova infraestrutura, numa primeira fase, terá uma área de seis mil metros quadrados, que poderá ser duplicada, “numa segunda fase, se vier a ser necessário”.

 

O hangar da Mesa para engenharia e manutenção de aviões no aeroporto de Beja começou a funcionar em janeiro de 2021, após um investimento de 30 milhões de euros e tem atualmente a trabalhar 70 técnicos, no entanto, a previsão inicial de criação de um total de 150 postos de trabalho até 2023 deverá ser atingida apenas em 2025, um atraso “ justificado pela pandemia”.

 

Segundo o grupo Hi Fly, o hangar tem capacidade para acolher aviões de grande porte, nomeadamente os modelos Airbus A319, A320, A321, A330, A340 e A350 e ocupa uma área de 9500 metros quadrados, onde se efetua a manutenção da frota de aviões Airbus da companhia Hi Fly, que também pertence ao grupo e usa o aeroporto de Beja para estacionamento e manutenção de linha dos seus aviões.

 

Composto por oficinas, armazém, escritórios e instalações de formação e de apoio, o hangar também serve para fazer manutenção de aviões de vários modelos Airbus de outras companhias aéreas que têm contratos com a Mesa. Em 2020, Paulo Mirpuri tinha dito que a Mesa pretendia alargar em três mil metros quadrados as oficinas de apoio à volta do hangar, num investimento previsto para este ano, mas, agora, essa “estimativa de construção em áreas de suporte será superada pela construção do novo centro logístico”.

 

EXPETATIVAS ESTÃO A CUMPRIR-SE

Em dezembro do ano passado, e após dois anos de inatividade, o conselho consultivo do aeroporto de Beja reuniu-se e, no final do encontro, tanto o presidente da Câmara Municipal de Beja, Paulo Arsénio, em representação da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), como o presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo (Nerbe/ Aebal), David Simão, mostraram-se otimistas em relação ao futuro daquele equipamento. Na altura, noticiou o “Diário do Alentejo” a empresa concessionária do aeroporto, a francesa Vinci, tinha-se mostrado disponível, pela primeira vez, para ampliar a infraestrutura. Por seu lado, Paulo Arsénio, adiantou que a Mesa-HiFly, empresa de reparação e manutenção de aeronaves a operar no aeroporto do Baixo Alentejo, tinha a intenção de adquirir os dois lotes ainda vagos para fazer crescer o seu negócio e que se encontravam “muito avançadas as possibilidades de instalação de uma nova empresa do setor da carga e da logística na zona do aeroporto”, o que agora se veio a concretizar. Também David Simão disse acreditar que as entidades envolvidas “estavam a trabalhar para aproveitar as oportunidades” de forma a “aumentar as valências” e “potenciar mais dinâmicas empresariais”. Paulo Arsénio apostava nas áreas “carga, logística, manutenção, engenharia e no incremento do número de voos privados”.

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