Três perguntas a Paula Lampreia, vice-presidente da Câmara de Aljustrel
Texto José Serrano
O Município de Aljustrel tem em curso a campanha de voluntariado Natal Solidário, no âmbito do projeto da Rede Europeia Volunteering City. Quais os essenciais objetivos desta ação?
Esta é uma campanha que, nesta época festiva, pretende dar um aconchego e aquecer o coração a quem mais necessita, designadamente por se encontrar em situação de maior vulnerabilidade. Trata-se de uma resposta solidária e estruturada, que surge do Município de Aljustrel, mas que envolve outros atores locais e regionais, nomeadamente empresas, como a Almina e a Somincor, levando a que, no âmbito da sua responsabilidade social, possam prestar auxílio a estas famílias. Este ano, porém, pretendeu-se incluir nesta missão a sociedade civil, especialmente através do voluntariado, no âmbito do projeto da Rede Europeia Volunteering City, da qual o Município de Aljustrel faz parte. Rede, esta, que é uma oportunidade para dotar, ainda mais, o território de boas práticas, numa troca de experiências e de aprendizagens. O nosso trabalho é em prol do bem-estar de todos e sabemos que só poderá ficar completo quando atingirmos uma verdadeira inclusão social.
Como classifica a capacidade de o voluntariado contribuir para o combate à pobreza e exclusão social, nas comunidades?
Quando trabalhamos todos para o mesmo lado, quando assentamos as nossas tarefas com base nos mesmos valores e princípios, mais facilmente conseguimos alcançar os nossos objetivos. O reconhecimento da importância da luta contra a pobreza, a desigualdade e a exclusão social tem de ser encarada, não só como uma questão de justiça social, mas como um desafio prioritário para o progresso. Queremos, no concelho de Aljustrel, que todos os cidadãos disponham das mesmas oportunidades e de boas condições de vida. O voluntariado tem um papel cada vez mais importante na sociedade. É uma fonte de força comunitária, de resiliência, de solidariedade e de coesão social. Tem a capacidade de unir pessoas em prol de outras. Tem a capacidade de nos mostrar novos rumos e de criar um grande espaço de encontro, onde cidadãos interessados oferecem a sua disponibilidade, o seu tempo, em nome de uma sociedade mais igualitária e justa. Achamos que este é o caminho, seja no combate à pobreza e exclusão, seja em tantas outras matérias, porque ninguém faz nada sozinho e juntos fazemos mais e melhor.
O que diria a alguém hesitante em voluntariar-se para uma causa social?
Diria que viesse. Que se juntasse e que trouxesse o seu lado que preza o bem comum, acima do egoísmo e do individualismo. Que trouxesse a sua boa vontade, a sua experiência e que a partilhasse. Para que possamos aprender todos em conjunto e, através da soma de pessoas cada vez mais solidárias, melhorar o nosso concelho, a nossa sociedade. A cidadania ativa está aí para ser exercida. E isto, parecendo pouco, é tanto. Ter a possibilidade de ajudar a melhorar a vida de alguém é renovar o mundo de esperança.