Diário do Alentejo

Campo Maior: Festas do Povo com ‘selo’ da UNESCO

16 de dezembro 2021 - 10:15

As Festas do Povo de Campo Maior, no distrito de Portalegre, foram classificadas como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A classificação foi atribuída na 16.ª reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que decorrerá até Sábado em França.

 

A diretora Regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, destaca o papel da população nesta conquista, a quem “se deve esta manifestação cultural fantástica e que tanto orgulha Campo Maior, o Alentejo, mas também Portugal”.

 

A responsável dá também os “parabéns” a todas as entidades envolvidas no processo da candidatura, sublinhando ainda a responsabilidade que a classificação vai trazer para a salvaguarda deste património.

 

“Para todos nós, que estivemos envolvidos neste processo desta candidatura, é de facto muito gratificante, porque chegámos ao fim de um processo que é o princípio de outro, da relação deste património com a UNESCO e a comunidade internacional, com a sua salvaguarda, com tudo aquilo que implica este compromisso desta candidatura”, destaca.

 

Além do povo de Campo Maior e das entidades envolvidas na candidatura, Ana Paula Amendoeira endereça também “um reconhecimento” ao comendador Rui Nabeiro pela conquista desde ‘selo’ da UNESCO. “Nós devemos também a ele, durante as últimas décadas, o investimento e o apoio e a proteção que ele sempre deu” às festas, afirma, frisando que “também se deve à sua ação” o facto de estas festividades não terem “fraquejado no passado”.

 

A candidatura à UNESCO foi promovida pela Câmara e Associação das Festas do Povo de Campo Maior (AFPCM) e a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, com o apoio da Direção Regional de Cultura do Alentejo.

 

Esta tradição secular e realizada pela última vez em 2015, as Festas do Povo de Campo Maior são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico, ‘engalanadas’ com milhares de flores de papel, feitas pela população de forma voluntária. Estes já tinham sido reconhecidos internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem a ornamentação das ruas durante meses a fio.

 

Esta tradição, identitária de Campo Maior, tem vindo a ser transmitida de geração em geração, oralmente e de forma informal, com os mais velhos a ensinarem aos mais novos os ‘segredos’ da elaboração das flores que ornamentam os espaços públicos da vila.

 

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