Diário do Alentejo

“Os objetos possuem forças próprias e especiais”

05 de agosto 2021 - 12:30

“Alma Mística” é o título do primeiro romance da autoria da escritora bejense Dina Caetano. Uma obra, editada pela Chiado Books, que, de acordo com a autora, pretende, essencialmente, “despertar o valor de cada um de nós, o amor-próprio, a forma como nos relacionamos connosco, com as outras pessoas, com o mundo envolvente e com os objetos”

 

Texto José Serrano

 

Como nos apresenta este seu romance?

 

Este é um romance que tem como referência o lado místico e espiritual do ser humano, que vai ao encontro da sua faceta mais oculta e subtil. Nele, restituo à alma o seu poder, a sua grandiosidade e a sua graciosidade, pois é ela que dá vida e ânimo ao nosso corpo, sendo fundamental que se conheça a sua missão e o seu valor.   A história deste livro gira à volta de um anel, que representa a nossa alma, que vai ser cobiçado, usurpado, conhecer outros proprietários, outros corpos. No entanto, por mais que o anel passe a ser perdido, confiscado ou usurpado, esse mesmo anel vem um dia, pela lei do universo, parar de novo às mãos do seu verdadeiro proprietário, porque as pessoas têm uma ligação afetiva e espiritual com os bens materiais e não uma relação meramente fortuita e inconsequente. Quando entendemos e aceitamos que os objetos possuem forças próprias e especiais, encontramos a nossa alma mística. 

 

É esta uma obra esperançosa de um novo ciclo para a humanidade, mais pacífico, de menos conflito?

 

Mais do que esperançoso, este livro é já uma constatação de que esse novo ciclo, essa mudança, está já a manifestar-se, dentro de nós e no mundo exterior. Vamo-nos consciencializando que é preciso fazer alguma coisa para preservar a nossa vida neste planeta, que precisamos cuidá-lo, amá-lo e respeitá-lo, na sua essência divina.  Melhorar o nosso modo de pensar e de viver é uma das chaves para que se prepare um renascimento à escala global, para que tenhamos um mundo mais pacífico, generoso e humano.  Acredito que possamos todos tornar-nos seres humanos melhores, cuidando mais de nós e do nosso querido e abençoado Mundo, onde fomos gerados – só temos que o honrar, promovendo a paz, a estabilidade, o amor e o divino. 

 

O que mais gostaria que este livro “despertasse” a quem o ler?

 

Em primeira instância, que pudesse despertar alguma autoanálise e reflexão própria, que o leitor se sentisse tocado, em partes do texto, e lhe trouxesse uma abertura de espírito e de maior autoconhecimento.  Despertar, essencialmente, o valor de cada um de nós, o amor-próprio, a forma como nos relacionamos connosco, com as outras pessoas, com o mundo envolvente e com os objetos. Cuidar e nutrir quem somos, para cuidarmos e nutrirmos os nossos semelhantes, assim como tudo o que está na nossa vida, no universo, os vários elementos naturais e tudo quanto é material e físico. Esta é a mensagem primordial do livro, de que nós somos divinos e sagrados, assim como tudo quanto nos rodeia.

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