Diário do Alentejo

Beja: Taxistas dizem que negócio “está fraco”

23 de julho 2021 - 09:35

Quem observa a praça de táxis da Rua Conde da Boavista percebe que o dia está movimentado, o telefone toca com frequência e é com pressa que os vários taxistas começam um novo serviço.

 

“É incerto! Podemos dizer que o negócio está ligeiramente melhor desde que começou a pandemia, mas muito pouco. Tirando um dia ou outro, como é o caso de hoje, que até está mexido, mas possivelmente da parte da tarde estaremos aqui todos”, diz António Brincheiro, taxista há 35 anos.

 

Francisco Carocinho, profissional na mesma praça há cerca de 50 anos, tem uma explicação para este aumento de serviços na cidade – “este mês as pessoas receberam o subsídio de férias, logo, há mais um serviço ou outro” – e acrescenta que, “como há colegas que estão doentes, quem fica a trabalhar acaba por ter mais um servicinho para fazer”.

 

A capital do Baixo Alentejo é das regiões do País onde a população idosa mais faz uso dos taxímetros para as deslocações ao supermercado, ao centro de saúde ou à farmácia. “O táxi agora é um serviço mais caro e as pessoas também têm dificuldades, por isso só nos chamam quando não há outra forma para se deslocarem”, diz o taxista Francisco Marques. Por esse motivo, costuma haver um ou outro serviço em que a faixa etária são os mais jovens, ou porque se atrasam para as aulas ou vindos de uma saída noturna.

 

Contudo, há consenso: no geral, o negócio está muito fraco. O preço dos combustíveis e os valores comerciais dos carros já prejudicavam a atividade, e a pandemia da covid-19 só veio acentuar mais a situação.

 

Ainda assim, a conjuntura não é “negra” em todas as vertentes. Para os taxistas que trabalham “para fora”, segundo acordos para apoio a sinistros automóveis, os serviços estão semelhantes às do período pré-pandemia. “O negócio para mim não está assim muito difícil, porque os meus serviços são quase 80 por cento para fora, mas pelo que eu percebo dos meus colegas o negócio não está nada rentável”, explica José Lampreia, com 32 anos de experiência.

 

Há já muito tempo que não se consegue determinar o valor de um dia bom, porque a instabilidade do negócio não é de agora, nem veio apenas com a pandemia, mas a esperança do setor alargou-se um pouco com a reabertura faseada do país e com a segurança da população em retomar a vida no “novo normal”.

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