Diário do Alentejo

“É hora de aproveitar os espaços culturais”

04 de junho 2021 - 12:20

“Memórias dos Dias”, uma exposição de Manuel Carvalho no Museu Municipal de Vidigueira

 

O Museu Municipal de Vidigueira tem patente ao público, até dia 30 de junho, a exposição, de cerâmica, pintura, desenho e fotografia, intitulada “Memórias dos Dias”, da autoria do artista, vidigueirense, Manuel Carvalho.

 

Como nos apresenta esta sua exposição?

 

A exposição surge de um convite dos responsáveis pelo Museu Municipal de Vidigueira, para assinalar a entrada deste na Rede Portuguesa dos Museus. Nesta mostra, o visitante poderá ver uma série de trabalhos meus em cerâmica, pintura, desenho e fotografia. A temática é livre e apresentada em forma de retrospetiva. Estão expostas peças premiadas em vários concursos, outras são da minha coleção particular, que marcam, para mim, momentos importantes.

 

Sendo um artista multifacetado como decide qual o meio a utilizar numa determinada ideia artística a que pretende “dar vida”?

 

Normalmente, a ideia base já está definida quando arranco para um novo projeto. No caso de surgir um convite para expor o meu trabalho, o suporte dependerá do tema da exposição. Quando isto não acontece vou variando entre as diversas áreas, para manter a criatividade e o estímulo ativos.

 

Qual a sua mais preciosa fonte de inspiração artística?

 

Ultimamente, a inspiração acontece muito com a pressão, a falta de tempo e, muitas das vezes, com o erro. É necessário estar atento a tudo o que nos rodeia, ser observador, refletir muito, ter tranquilidade e uma mente aberta, para que as coisas aconteçam.

 

De que forma a sua condição de alentejano influencia a arte que idealiza?

 

Na fotografia e na cerâmica essa influência será muito evidente, já na pintura e no desenho as temáticas variam, um pouco. Vivendo num concelho do interior não impede que reflita sobre os problemas que se passam no mundo que nos rodeia. O que mexe mais comigo são os problemas ambientais e sociais. Mas mesmo nestes trabalhos de temática universal, há sempre um toque, muito forte, de influência deste meu território.

 

Fotografia, desenho, pintura e cerâmica – nesta sua inquietação artística, há algum amor mais fogoso ou não conseguiria viver feliz sem qualquer um dos quatro?

 

Estas artes complementam-se e completam-me, como artista e como pessoa. Não faz sentido, para mim, deixar para trás qualquer uma destas áreas.

 

O que mais gostaria que esta exposição pudesse oferecer a quem a contemple?

 

Gostaria que não perdessem a oportunidade de a visitar, que a vissem de espírito aberto, deixando-se inspirar, pois é para isso que eu trabalho. Saídos de um período em que tudo esteve fechado, é hora de aproveitar os espaços culturais. Já agora, a entrada é livre.

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