Diário do Alentejo

“Não queremos o poder pelo poder”

21 de maio 2021 - 09:10

Os “aumentos brutais” das taxas de saneamento cobradas pela Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja (EMAS) estão na “mira” do candidato da CDU à presidência da Câmara de Beja.

 

Texto Marta Louro

 

Em declarações ao “DA”, Vítor Picado diz que, se for eleito presidente, se compromete a “retribuir o esforço hercúleo que os munícipes do concelho fizeram quando foram confrontados com aumentos brutais ao nível das taxas de saneamento”. E acrescenta: “Não podemos devolver o dinheiro, mas vamos fazer tudo para que este esforço que a população fez seja de alguma forma retribuído através da adequação das tarifas e do não aumento do tarifário nos próximos anos”.

 

Segundo o candidato, e atual vereador da oposição, “a população de Beja sabe que pode contar com a CDU para a defesa intransigente de um conjunto de matérias, nomeadamente no que diz respeito à gestão pública da água, que tem sido uma bandeira da nossa intervenção e que, naturalmente, continuará a sê-lo”.

 

Incisivo nas críticas ao atual executivo municipal, Vítor Picado diz querer “acabar com a subserviência político-institucional” da Câmara em relação ao Governo, “um Governo que tem desprezado o interior”, e insiste na necessidade da concretização de projetos estruturantes para a cidade, como a melhoria das acessibilidades, onde se inclui o IP8 e o IP2, ou a construção da segunda fase do Hospital de Beja. “Não queremos o poder pelo poder, temos um projeto autárquico de conquistas para o concelho de Beja. Queremos qualificar a cidade e freguesias para melhoria da vida coletiva, atrair investimento e contribuir para reforçar as atividades económicas e o emprego, incentivar a cidadania e a participação nos assuntos de interesse público e melhorar as iniciativas e atividades de animação e ação social”.

 

Entre as prioridades para os próximos quatro anos coloca “a afirmação da cidade e do concelho, fundamental para apostar num desempenho de influências regionais e nacionais que este executivo não conseguiu fazer”, bem como a criação de uma “agenda diversificada de eventos e iniciativas com capacidade para atrair visitantes”, a “melhoria das acessibilidades e da mobilidade interna” e a “reativação das redes de cooperação com o exterior”.

 

Por outro lado, pretende “retomar e criar novas dinâmicas de modernização administrativa, promover uma gestão por objetivos para melhoria de eficiência dos serviços e criar melhores condições de trabalho como meio de qualificação dos serviços”.

 

Vítor Picado aponta o centro histórico da cidade “como um fator fundamental de desenvolvimento”, assim como “todas as iniciativas em que Beja tem vindo a dar cartas a nível nacional”, como as Palavras Andarilhas, a Beja Romana, “que trazia muita gente à cidade”, ou a Rural Beja, “cujo retorno para o município era cerca de três vezes maior do que aquilo que era investido”. O candidato diz ainda querer “dar uma ênfase especial à zona de acolhimento empresarial” e acusa o executivo socialista de não ter acreditado no projeto: “Só ao fim de quase dois anos, depois de a CDU ter dito que ia ter financiamento para um projeto desta natureza, é que o projeto efetivamente arrancou, mas está muito aquém do que deveria ser”.

 

CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA

 

Vítor Picado garante que a CDU “está a trabalhar com diversas pessoas e instituições de várias áreas, com o objetivo de construir uma alternativa política que Beja precisa para encarar o futuro com confiança”. Considerando ser “fundamental cuidar das pessoas, que são a base da democracia”, sobretudo numa altura de pandemia, “marcada por grandes constrangimentos ao nível da perda de direitos e de postos de trabalho”, o candidato diz que “mais do que competências técnicas especificas, um presidente de câmara tem de ter competências pessoais e sociais”. A composição das listas aos órgãos autárquicos do concelho de Beja deverá ser conhecida em finais de maio.

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