Diário do Alentejo

“Pretendemos atrair recursos humanos qualificados”

20 de maio 2021 - 11:55

Três perguntas a Fernando Romba, primeiro-secretário da Comunidade Intermunicipal do baixo Alentejo (Cimbal)

 

Texto José Serrano

 

A Cimbal é uma das entidades subscritoras da rede de espaços para teletrabalho, iniciativa apresentada, dia 27 de abril, pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, em Vendas Novas. Significa a assinatura deste acordo de cooperação que o teletrabalho poder-se-á vir a constituir como o novo paradigma do emprego, no Baixo Alentejo?

 

A pandemia veio alterar, de forma substancial, o modo como se olhava para o teletrabalho – muitas entidades experimentaram, pela primeira vez, este método de trabalho à distância. No futuro, a generalização do teletrabalho, nas atividades que tal o permita, será uma realidade. No âmbito do Programa de Valorização do Interior, a prática de teletrabalho ou ‘coworking’ é uma possibilidade a apoiar, nomeadamente para os recursos humanos contratados ao abrigo de incentivos dos Programas +CO3SO Emprego e Trabalhar no Interior – Emprego Interior Mais e Bolsa de Emprego do Interior. Este protocolo – envolvendo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, as comunidades intermunicipais e os municípios – pretende criar condições que permitam o desenvolvimento de teletrabalho, em espaços laborais adequados.

 

Este acordo é fundamentalmente dirigido aos que aqui já vivem ou a outros, que a partir desta região poderão desenvolver o seu trabalho para “qualquer parte do mundo”?

 

O objetivo do protocolo abarca as duas situações. Todavia, os programas pretendem atrair, para o interior, recursos humanos qualificados que podem exercer a sua atividade laboral à distância. Estes espaços de ‘coworking’ permitem uma partilha a diversos níveis, proporcionando uma convivência social e estimulando a criatividade e a inovação. Contudo, temos perfeita consciência que não bastarão as condições físicas para atrairmos os designados ‘digital nomads’. Diversos países são nossos “concorrentes”, neste âmbito. Para além da qualidade e do baixo custo de vida, da nossa gastronomia e do bem receber que caracteriza o nosso povo, teremos que ajudar na criação de um “ecossistema” dedicado a este tipo de população, com preocupações de sustentabilidade ambiental e de bem-estar, que se refletem nas suas vivências diárias. Será esse o desafio do nosso território que, com os municípios e as entidades da região, queremos ajudar a promover.

 

Para quando está prevista a abertura destes espaços, nos municípios do Baixo Alentejo, e onde se irão, preferencialmente, localizar?

 

O Município de Alvito foi o primeiro a avançar. Iremos dinamizar e sensibilizar os restantes para a relevância da promoção destes espaços. Poderão, para este fim, aproveitar instalações já existentes ou reabilitar antigos edifícios. Contamos que o próximo período de programação de fundos comunitários contemple linhas de financiamento dedicadas à implementação de espaços de ‘coworking’, no interior do país.

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