Três perguntas a João Martins, presidente do Núcleo Distrital de Beja da Rede Europeia Anti-Pobreza
Texto José Serrano
Assinalou-se, dia 8 de abril, o Dia Internacional das Pessoa Ciganas. Quais os principais objetivos desta comemoração?
Tomando por base a missão da EAPN de combater a pobreza e a exclusão social, estas datas simbólicas servem para se terem presentes os valores da solidariedade, da igualdade, do respeito pela diferença e pela diversidade, de forma a garantir uma cidadania mais igualitária e inclusiva, com “direitos e deveres” como fatores fundamentais.
Como descreveria a atual situação da comunidade cigana, no distrito de Beja?
Existem diferentes realidades no distrito de Beja: concelhos e freguesias cuja intervenção é mais adequada, com processos de integração, em que existe respeito mútuo entre a comunidade cigana e a sociedade/comunidade, e outros concelhos em que o descontrole é enorme e constante, em que reina a anarquia, impera a pobreza, onde nem direitos nem deveres são devidamente acautelados.
O que considera ser necessário fazer, a curto/médio prazo, no sentido de se atingir uma mais conveniente integração da comunidade cigana, no território?
Trabalho em rede, combate à pobreza – por via de empoderamento, educação, integração no mercado de trabalho, habitação, justiça, cumprimento de regras –, o que passa pelo conhecimento de ambas as partes (comunidade cigana e sociedade maioritária), onde importa acautelar, observar e garantir respeito mútuo, sem esquecer o cumprimento dos direitos e os deveres da Constituição da República Portuguesa.