No dia 16 de abril de 2020, foi pela primeira vez publicada, na ‘newsletter’ diária do IPBeja, a rubrica “Sugestões de leitura em tempo de confinamento…por Luís Mendonça de Carvalho”, remetendo os interessados leitores para links disponíveis ‘online’.
Texto José Serrano
A iniciativa, partilhando sugestões culturais, continuou, regularmente, até final de setembro, tendo sido, muito recentemente, compiladas em livro – uma obra intitulada “Invictus”.
Como nos apresenta este livro?
Este livro reúne um conjunto de sugestões, que nos remetem para livros, filmes, teatro, ópera e dança, disponíveis na Internet, gratuitamente. O período de confinamento de 2020, limitou-nos a fruição de atividades culturais, nomeadamente as que o IPBeja tinha programado, e esta foi uma forma de tentar colmatar esse interregno, disponibilizando inúmeras ocasiões de aprendizagem e deleite.
Que segredos culturais podem ser, através deste livro, desvendados?
Depende do leitor. Para alguns, as nossas sugestões podem trazer poucas novidades, enquanto outros poderão encontrar, nesta obra, informação e caminhos que os conduzam a novas áreas de conhecimento e de fruição. Este livro propõe viagens por África, pelas planícies da Arcádia, pelo mar português, leituras de obras de Alcipe, Pessoa, Rosália de Castro e Amália, visitas à Utopia, Alexandria, Macau, Etiópia e a dezenas de outros locais reais ou imaginários.
Continua este “Invictus – sugestões de leitura em tempo de confinamento”, para o bem e para o mal, absolutamente atual?
Creio que sim, porque as sugestões que apresentamos são intemporais. As sugestões de leitura incluem, maioritariamente, clássicos que resistiram à erosão do tempo, e essa resistência está ligada à qualidade da narrativa e ao precioso conhecimento que nos legam. Como tal, mantêm-se eternamente atuais e jovens. Cada vez que lemos um clássico, ele ensina-nos algo e nós mantemo-lo vivo. O “Orfeu” (Monteverdi) ou a “Guerra do Peloponeso” (Tucídides) manter-se-ão por séculos vindouros.
Supõe o nome, atribuído a este livro, a intenção de refletirmos sobre a importância da resiliência?
É esse o objetivo. O título – criado por Ana Paula Figueira, pró-presidente do IPBeja e mentora do programa cultural do Instituto – remete-nos para a premência de resistir ante a adversidade. A cultura promove a resiliência que, com a ciência, representa o melhor dos humanos. Num tempo de disrupção, como parece ser este, são recursos imprescindíveis para mantermos o vigor e a lucidez.
O que pode a arte fazer por nós, em tempo de confinamento?
A arte mantém-nos em perpétuo movimento. A seu lado, transitamos entre mundos, encarnamos distintas personagens e vivemos novas vidas, através dela. Assim, creio, resistiremos melhor ao confinamento e a evitar as sequelas, que este período de privação nos poderia legar.
Nota: “Invictus” está à venda, na Loja Cubo, situada no edifício dos serviços comuns do IPBeja.