Diário do Alentejo

Seca: Beijinha convida ministra a visitar Vale do Sado

23 de julho 2020 - 17:25

A Câmara de Santiago do Cacém convidou a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, a visitar a zona de Campilhas e Alto Sado para se inteirar do "cenário dramático" causado pela seca. Em causa está a "falta de água para a rega de 3.800 hectares (ha) de área beneficiada pelas duas albufeiras", segundo explicou o município de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal.

 

Numa carta enviada à governante, o autarca de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, manifestou preocupação com os 1.150 ha de arroz, os 950 ha de milho, os 350 ha de tomate, os 550 ha de prados e forragens, os 200 ha de hortícolas e 600 ha de outras culturas que não vão ser efetuadas “com claro prejuízo para os agricultores e para a economia regional e nacional”.

 

A carta enviada à ministra é assinada por Álvaro Beijinha em nome da autarquia, Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Associação de Orizicultores de Portugal e da AlenSado, Cooperativa Agrícola do Sado.

 

"A dimensão do problema é grave, pois aqui incluem-se alguns setores que asseguram a autossuficiência alimentar do país e que contrariam o défice estrutural da balança agroalimentar, por via das exportações", lê-se no comunicado da câmara. Em termos regionais, segundo as mesmas entidades, "são mais de sete milhões de euros que deixam de vir para a região”.

 

Na carta enviada a Maria do Céu Albuquerque é reconhecido que as ligações à Barragem do Alqueva permitem a rega de 3.000 ha com água proveniente desta albufeira, com perspetivas de aumento através de uma nova ligação que será concretizada no próximo ano e que vai permitir regar mais 600 ha.

 

“Neste cenário, surge um contraste gritante entre um bloco de rega que está a trabalhar em pleno, com uma enorme dinâmica e vitalidade, ao mesmo tempo que a restante área e os restantes agricultores não têm qualquer água para rega”, refere.

 

“Por outro lado, a água que vem do Alqueva tem um custo bastante elevado que a associação [de regantes] não pode comportar, porque o preço da água que vende aos agricultores é mais baixo do que aquele a que tem de comprar”, acrescentou o presidente da Câmara de Santiago do Cacém.

 

Nesse sentido, Álvaro Beijinha convidou Maria do Céu Albuquerque para que “numa visita ao terreno se possa inteirar da situação” e, posteriormente, “discutir medidas de apoio para os agricultores que estão a viver uma situação complicada”.

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