Diário do Alentejo

Empresário "reinventa-se" após quebra de vendas

12 de junho 2020 - 09:50
FOTO NUNO VEIGA (LUSA)FOTO NUNO VEIGA (LUSA)

Com a quebra de vendas, devido à pandemia da covid-19, um empresário do ramo da pastelaria em Montemor-o-Novo, decidiu reinventar o negócio e passou também a servir pizzas e massas. O novo serviço ainda não permite "uma venda de casa cheia, mas já ajuda um pouco", admite  António Melgão, sócio-gerente da pastelaria Capri, situada numa das principais ruas da cidade alentejana.

 

Texto Sérgio Major (Lusa)

 

Conhecido por confecionar bombons de chocolate com sabor a azeitona e azeite, o pasteleiro fechou o seu estabelecimento em março, quando foi decretado o Estado de Emergência, por causa do novo coronavírus (SARS-CoV-2) que provoca a doença da covid-19. Foram "dois meses" de portas fechadas, em que "sentimos algumas dificuldades", porque "tanto eu como a minha esposa somos os sócios-gerentes da pastelaria e não tínhamos direito a apoio nenhum".

 

Posteriormente, relata António Melgão, a pastelaria abriu "só com o serviço de 'take away'", mas "vender bolos para fora é um pouco difícil", pelo que decidiu recorrer a amigos que trabalham na área da cozinha que o ensinaram a fazer pizzas e massas. "Comecei por fazer pizzas para vender para fora aos fins de semana e até correu bem", mas, após o levantamento das medidas de confinamento, "abrimos e voltámos àquilo que era a normalidade, só que com uma redução de vendas muito grande".

 

Para "compensar a redução nas vendas de bolos", o pasteleiro conta que resolveu retomar o serviço de pizzas para fora e preparou a sala e a esplanada para receber clientes aos jantares de sexta-feira, almoços e jantares de sábado e almoços de domingo. "Além da pastelaria normal, agora, temos um serviço adicional que são as pizzas e as massas", que são confecionadas "com ingredientes frescos e sempre que possível adquiridos a produtores próximos", assinala, indicando que os clientes estão satisfeitos.

 

A ementa apresenta quatro variedades de pizzas e outras tantas de massas, mas o destaque vai para a pizza Alentejo, que é feita com os ingredientes da açorda alentejana: coentros, azeite, alho, pão, bacalhau e ovo. 

 

António Melgão diz que, antes da crise provocada pela pandemia, o negócio da pastelaria já não corria de feição, no último ano, devido às obras de requalificação da rua onde se situa o espaço comercial. "Agora, após a reabertura, eu diria que andamos pelos 20 ou 30% daquilo que era antes", adianta, admitindo que se fizer "três ou quatro jantares e vender mais três ou quatro pizzas para fora" já é positivos: "É mais esse que vai ajudar".

 

Segundo o empresário, a pastelaria recorreu ao 'lay-off' simplificado e os seus trabalhadores ainda estão em casa, estando o serviço do estabelecimento a ser assegurado por si, pela mulher e pelas duas filhas. "Queremos que este serviço seja para ficar sempre", porque "verificamos que pode servir para aumentar o volume de negócio da pastelaria", realça o responsável, admitindo que a possibilidade de "criar mais um ou dois postos de trabalho".

 

Entre os clientes habituais do serviço de pastelaria e doçaria, Manuel Nunes afirma que passou também a frequentar o espaço por causa das pizzas, sobretudo a que tem os ingredientes da açorda, que diz ser "um espetáculo e imperdível”. Na esplanada, Dulce Silva conta que já era cliente "há muito tempo" do espaço comercial e que procurava o estabelecimento "pela pastelaria".

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