Decorre, até 19 de junho, no concelho de Serpa, o XVIII Encontro de Culturas, com um programa, recheado de vários géneros musicais, que irá percorrer todo o concelho. Acerca do festival, o “Diário do Alentejo” falou com Odete Borralho, vereadora da cultura da Câmara de Serpa, entidade organizadora do evento.
Texto José Serrano
Como nos apresenta este Encontro de Culturas que, este ano, celebra a sua “maioridade”?
Será um Encontro de Culturas muito semelhante aos realizados pré-pandemia, apesar de estar definido um conjunto de regras para evitar contágios, como por exemplo a criação de lugares sentados. A grande novidade deste ano é a extensão dos Encontros às freguesias, de modo a dar mais oportunidades aos munícipes para assistirem aos espetáculos, tendo em conta que estamos a sair de ano e meio de regras apertadas, com dois confinamentos, que limitaram a realização de eventos. A cultura é essencial para o bem-estar da população, pelo que todos os momentos que possamos criar, neste sentido, serão importantes. Optámos por realizar os espetáculos em espaços abertos, de modo a cumprir as normas de segurança e a estar disponível um maior número de lugares.
O que significará, para os agentes culturais e para a população do concelho, o regresso das atividades artísticas?
A retoma, gradual, das atividades é fundamental para todos – agentes culturais, económicos e população. Durante estes últimos meses, deixámos de viver em sociedade, algo que caracteriza o ser humano, e neste momento, havendo alguma abertura, temos que criar condições, embora ainda com regras, para que a vida volte ao normal. Para a população será certamente uma alegria voltar a poder assistir a estes espetáculos, em segurança. Para os agentes culturais, uma das classes mais afetadas pela suspensão de eventos, será uma forma de afirmação de que a cultura é segura e, apesar de haver limitações, pode e deve acontecer.
Esta edição celebra também o 10.º aniversário do Musibéria. Qual a importância que este centro artístico tem assumido, no domínio cultural, em Serpa?
O Musibéria tem sido o espaço de criação para artistas que, connosco, realizam residências e que depois sobem ao palco para apresentar o resultado do seu trabalho. Tem sido a casa de muitos músicos para gravar trabalhos e para a autarquia é um dos motores da ampla estratégia cultural de Serpa. Nesta edição do Encontro de Culturas voltamos a realizar dois espetáculos no espaço do Centro.
Qual a razão do cante alentejano, em edições anteriores muito presente, não fazer parte do Encontro de Culturas, este ano?
A pandemia foi muito dura para os grupos corais. Os ensaios foram suspensos e muitos dos cantadores, já com alguma idade, não vão voltar a cantar, lamentavelmente. Seria complicado integrar os grupos, sem ensaios, neste evento. Contudo, em novembro realizar-se-á o Cante Fest, evento dedicado exclusivamente ao cante – pensamos que nessa altura já seja possível dar ao cante o destaque que merece.