Sónia Sacramento – com raízes familiares em Ervidel, Aljustrel – começou a sua vida académica no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, onde estudou até ao terceiro ano, mas acabou por trocar a Psicologia pela Enfermagem, curso no qual se licenciou. É membro da Ordem dos Enfermeiros Portugueses e autora de vários livros e artigos publicados. É conhecida por ser uma contadora de histórias que se caracterizam pelas palavras de incentivo, esperança e motivação, tanto nos textos que escreve como nas suas participações em reuniões e conferências.
Texto José Serrano
“Tomé, Nenhuma Distância é Longe Demais”, é o novo livro de Sónia Sacramento, recentemente publicado. A obra, que tem a chancela da editora Flamingo e conta com o apoio da Câmara Municipal de Aljustrel, sucede a outras da autora como “Um amor Diferente” ou “A Peça Que Falta no Puzzle da Vida” e “Ao longo da Nossa Vida Sempre Encontraremos Alguém Especial”.
Como nos apresenta este seu novo livro?
Tomé é uma viagem que o leitor vai fazer, não só acompanhando a personagem principal – a lagartinha que um dia se transforma numa borboleta Monarca – mas também uma viagem que o leitor pode fazer em busca da sua própria cura interior. Cura das feridas que, ao longo dos anos, vão ficando no mais íntimo de cada ser, através da rejeição e da injustiça vivenciadas em alguma altura da vida.
São o amor e a liberdade os fios condutores desta narrativa?
Sim. A história desenrola-se em volta de Tomé, uma pequena lagarta que não conhece a mãe. Criado por alguém que lhe presta cuidados desde que nasceu, Tomé é rejeitado pelos irmãos mais velhos e, quando percebe que corre perigo de vida, decide deixar o seio familiar. É então que, após uma grande viagem, finalmente encontra abrigo e segurança. Mas, mesmo debaixo de asas que o podem proteger de todo o tipo de inimigos, Tomé continua a viver momentos difíceis. Principalmente quando os pesadelos do passado persistem em roubar-lhe a alegria do presente. Pois lá, no mais íntimo do seu ser, Tomé tinha uma ferida que precisava ser sarada… E mais não posso contar… Mas sim, esta é uma história de amor, perdão e liberdade.
Sendo a personagem principal uma lagartinha, é este livro dirigido unicamente a crianças ou pretende conquistar um público mais abrangente?
Sem dúvida que é para um público mais abrangente. Foi escrito com o objetivo de cativar todo o tipo de leitor.
Será, então, uma boa história para partilhar entre pais e filhos, avós e netos…
Sim. Penso que enquanto as crianças de deliciam com a aventura, os adultos, em alguma parte da história, se vão rever em Tomé.
O que mais gostaria que este livro conseguisse transmitir aos seus leitores?
Aos mais pequeninos gostava que a história transmitisse o gosto por ouvirem e por criarem histórias. Eu, hoje, gosto de ler e de escrever porque, desde a minha infância, tive quem me contasse e me lesse histórias, que me cativaram de tal forma que ainda hoje fazem sentido na minha vida, tal como “O Príncipe e a Andorinha”, de Oscar Wilde. Aos adolescentes e jovens gostava que, quando se sentissem rejeitados, se lembrassem de Tomé e de como ele ultrapassou os obstáculos, nos momentos em que a rejeição e a injustiça lhe causavam dor. Aos adultos gostava que a história os fizesse pensar que não podem fazer nada pelo passado, mas que podem escolher, no presente, ter um futuro melhor, livres de amarras invisíveis, mas reais, que teimam em roubar a paz e a alegria de viver.