Carlos Papacinza (NDC Odemira) e Patrícia Serafim Marques (CD Areias de São João) venceram o 41.º Circuito de Atletismo Vila de Odemira, prova organizada pelo Núcleo Desportivo e Cultura de Odemira, que decorreu em simultâneo com a 15.ª Caminhada da Saúde.
Texto Firmino Paixão
O Circuito de Atletismo Vila de Odemira e a Caminhada da Saúde, nas suas edições de 2023, contaram com mais de 200 participantes nas diferentes variantes que o evento oferecia: corridas para jovens, percurso competitivo e caminhada.
Como novidades, um novo percurso, com partida e chegada junto ao aprazível jardim da Fonte Férrea, e animação musical a meio do trajeto, com uma banda, misto dos agrupamentos locais Linhas Cruzadas e dos Suspeitos do Costume: Catarina Vaz (voz e guitarra), João Emídio (bateria), André Ribas (baixo) e João Peres (guitarra). E foi este o mote da corrida principal – os suspeitos do costume.
Na linha de partida para a prova de 8500 metros, em seis voltas a um percurso urbano, identificaram-se os principais favoritos. E as suspeições confirmaram-se logo após o tiro de partida, com Carlos Papacinza a isolar-se do pelotão e Patrícia Marques a deixar para trás a odemirense Ana Lourenço, um figurino que não se alterou até final da corrida, com os dois atletas a celebrarem o triunfo.
O presidente do Núcleo Desportivo e Cultura de Odemira, Bernardo Matos, ficou agradado com o sucesso do evento e confessou ao “Diário do Alentejo”: “Foi um momento muito positivo podermos celebrar esta 41.ª edição do Circuito de Atletismo Vila de Odemira e a 15.ª Corrida da Saúde, neste caso, em modo de caminhada, com dois percursos, um de cinco e outro de 12 quilómetros, e com uma participação interessante, superando os números do ano transato, num evento com uma nova roupagem, um novo local de meta, de organização da prova e, depois, uma pequena mudança no percurso que acabou por torná-lo um bocadinho mais técnico mas, pelo que vimos, os atletas corresponderam à altura e isso só nos dá muita satisfação e vontade de partirmos para a edição número 42”.
Os cerca de 130 participantes nas caminhadas atestaram que a população do concelho está muito sensibilizada para a participação nestes eventos de promoção de hábitos de vida saudável, concordou o dirigente: “Sempre que organizamos um evento de atletismo tentamos juntar ao programa uma caminhada que complemente a prova com a presença de pessoas com idade mais avançada ou outras limitações que não lhes permitem correr e, como tal, desta forma, terão oportunidade de estar presentes, de terem também o seu dorsal, a sua t-shirt e o lanche, e um percurso adaptado às suas capacidades. Temos conhecimento que o município de Odemira também tem feito um esforço grande, através do projeto ‘Pegadas no Mira’, que, de forma descentralizada, vai às várias localidades e organiza aí diversas caminhadas. Portanto, ao nível concelhio existe, de facto, um esforço grande, tanto a nível municipal, como, depois, não só do Núcleo, mas de outras associações na promoção da saúde através das caminhadas”.
Já as corridas jovens foram animadas, principalmente, pelos jovens odemirenses. “Foi uma prova em nossa casa e, quando é assim, gostamos de estar bem representados, não só pela qualidade dos atletas, como também em números, e isso foi verificável pelos atletas que tivemos aqui. Aos outros clubes é da responsabilidade deles a participação, ou não, nesta prova. De facto, teria sido mais positivo termos uma prova com outra cor, se fosse mais concorrida ao nível dos escalões jovens. Não foi, mas este é um evento anual e os clubes sabem que ele ocorre nesta altura de abril e cabe-lhes decidir se querem, ou não, estar presentes. Nós estamos cá sempre para os receber da melhor forma. O Odemirense esteve aqui com as suas crianças que praticam futebol, equipadas a rigor num ano em que celebram o centenário, mas também estão noutros eventos que promovemos e é sempre um prazer recebê-los”, garantiu Bernardo Matos.
Na vertente competitiva, sem demérito para quem esteve presente, faltaram, como no passado, atletas com camisolas de grandes clubes nacionais, concordou o dirigente.
“É um facto. Sabemos que a nível orçamental as provas têm de ter algum rigor. Não deixa de ser um objetivo nosso revitalizar a prova com atletas, digamos, de outro gabarito ou com outro potencial mas, pelo que vimos hoje e com a vitória do nosso Carlos Papacinza, foi uma prova incrível que ele realizou, superando bem aquela parte técnica bastante inclinada, uma inclinação percentual generosa. Acho que ele respondeu da melhor forma ao percurso que, neste ano, estabelecemos. O melhor seria termos mais atletas com esta incrível capacidade, mas esse será um processo que irá decorrer ao longo do ano, com o objetivo de trazer cá os melhores atletas possíveis, mas são estes que marcaram presença e é a estes que temos que dar o melhor da nossa capacidade organizativa”, disse, lembrando que também no setor feminino faltou a vitória de Ana Lourenço para o Núcleo fazer a dobradinha, contudo, admitiu que “Patrícia Marques e Ana Lourenço são atletas de craveira”.
“A Ana hoje não conseguiu, mas consegue noutras vezes. Nem sempre as coisas correm de feição, mas estão ambas de parabéns”, como, aliás, estará o próprio Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, que no dia 1 de maio de 2026 comemorará meio século de existência.
Classificação Absoluta Femininos 8500 metros:
- 1.ª Patrícia Marques (CD Areias S. João), 30’28,27;
- 2.ª Ana Lourenço (NDC Odemira), 32’33,39;
- 3.ª Svitlana Kamerylova (Vicentina), 35’20,13;
- 4.ª Ana Margarida (CCD O Alvitejo), 35’37,67;
- 5.ª Paloma de Liera Lena (individual), 35’45,46;
Classificação Absoluta Masculinos 8500 metros:
- 1.º Carlos Papacinza (NDC Odemira), 25’03,93;
- 2.º Cláudio Pica (SL Fuzeta), 26’45,55;
- 3.º Vicente Carvalheira (NDC Odemira), 26’46,78;
- 4.º Luís Rações (CA Vale Figueira), 26’49,88;
- 5.º Luís Barbosa (individual),27’15,05;