Diário do Alentejo

Mitsubishi vence “Rali Flor do Alentejo Cidade de Serpa 2022”

20 de maio 2022 - 11:30
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A dupla Carlos Martins/Daniel Amaral, em Mitsubishi Lancer Evo VII, dominaram em absoluto a edição 2022 do “Rali Flor do Alentejo-Cidade de Serpa”, prova em que o piloto serpense cumpriu a tradição.

 

Texto Firmino Paixão

  

O triunfo de Carlos Martins começou a desenhar-se logo na superespecial noturna que, este ano, teve como palco a circular externa da cidade de Serpa, troço de asfalto onde o piloto serpense deu o mote para aquilo que haveria de tornar-se um domínio absoluto nas restantes seis provas cronometradas, já em terra batida, em pisos rápidos e competitivos que, este ano, estiveram traçados junto às localidades de A-do-Pinto, Vale do Côvo e Santa Iria. Carlos Martins foi o mais rápido em todos os troços, em alguns casos até melhorou o registo na segunda passagem, algo que atesta a determinação do piloto de cumprir a tradição de vencer na sua terra natal.

 

A concorrência ao atual campeão do Sul de Ralis, nesta 13.ª edição do Rali Cidade de Serpa, até era forte, Fernando Teotónio, atual líder do Campeonato ‘Promo’, de que este Rali foi a 4.ª prova, também Fernando Peres e Adruzilo Lopes, que ocupam os lugares imediatos na tabela dos ‘Promo’, mas Carlos Martins superou tudo e todos, com um andamento forte. O Rali, pontuável para o Campeonato ‘Promo’ de Ralis, Campeonato ‘Start’ Sul de Ralis e para o Desafio ‘Kumho Tyres’, foi mais uma organização da Secção de Motorismo da Sociedade Artística Reguenguense, com o apoio do município de Serpa.

 

Já à margem dos empoeirados troços, Carlos Martins, o piloto vencedor, disse ao “Diário do Alentejo” que esta edição do Rali de Serpa “correu-nos muito bem, estamos felizes, a prova estava bem desenhada, com troços rápidos, sendo verdade que correndo em casa beneficio de alguma vantagem por conhecer os troços mas, na verdade, os outros concorrentes também andaram muito bem, mesmo sem terem o conhecimento que eu tenho” e justificou: “Destaco, naturalmente, o Adruzilo Lopes, que veio aqui sem qualquer conhecimento da prova e fez realmente um rali fantástico, mas também o Peres e o Teotónio fizeram provas excelentes, agora, nós preparámos muito bem esta prova e andámos sempre com muita determinação e sem qualquer preocupação em fazermos a gestão das vantagens”.

 

Sobre a presença de concorrência tão forte, valorizando ainda mais o seu triunfo, Martins fez notar que “estiveram cá o Adruzilo, o Peres e o Teotónio, mas também faltaram outros, nomeadamente, o Ricardo Teodósio”. Quanto a uma eventual renovação do título de campeão regional sul, Carlos Martins, não arriscou previsões. “Não sei! Farei umas provas salteadas. Existe aqui uma discordância pela forma como a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting alterou os regulamentos, algo que tem provocado o descontentamento de muitos pilotos, vamos ver, nada de certezas quanto ao futuro”.

 

O diretor da prova, Carlos Medina, consciente de que a missão fora cumprida, revelou que “O rali correu muito bem e por várias razões”. Enumerando algumas, adiantou: “Primeiro, foi uma prova limpinha de acidentes e isso é o melhor que pode acontecer. Nenhuma organização gosta de ter as provas manchadas por acidentes. Depois, cumprimos escrupulosamente os horários definidos, sem quaisquer atrasos nos troços, também tivemos aqui um grande espetáculo. Vieram só 30 carros, ficámos um bocadinho dececionados com a lista de inscritos, mas tivemos uma grande prova, quer no Campeonato Start, quer no Campeonato Promo”. “E tivemos” – acrescentou Carlos Medina – “uma grande demonstração de que, aqui em baixo, mais ao sul do país, também sabemos fazer ralis e também podemos ter aqui provas que podem atingir patamares elevados e que são do agrado dos pilotos”, garantindo que “nenhum dos concorrentes que aqui esteve este fim de semana deu por mal empregue o que veio aqui fazer a Serpa, portanto, acho que dignificámos o desporto automóvel e acima de tudo dignificámos o concelho de Serpa com este grande evento”.

 

Comentando a arquitetura desta edição da prova, lembrou que “este ano regressámos com a superespecial noturna, alterámos o local por motivos de segurança, porque a Federação está a impedir a realização destas provas dentro das cidades sem que existam barreiras de cimento e vedações e, obviamente, o nosso orçamento não permite que o façamos dentro de Serpa com essas condições, então optámos por fazê-la na variante, mas acho que foi uma aposta ganha, porque tivemos centenas de espectadores naquela arquibancada natural onde estava o público, o que proporcionou grandes imagens da prova”.

 

Depois, os troços em terra batida: “Fizemos, pela primeira vez, o troço de Vale do Côvo, que nunca tinha sido feito neste Rali. Foi extraordinário, é um troço rapidíssimo onde se atingiram velocidades verdadeiramente alucinantes. O troço de Santa Iria é o talismã deste Rali, este ano feito ao contrário, o A-do-Pinto, com esta inversão e uma nova entrada pelo lado do Cruzeiro, foi o troço com o piso menos bom, mas sem causar problemas. Ninguém desistiu por problemas relacionados com este piso, o que é positivo, porque sabemos que alguns dos carros apresentam algum desgaste, porque são carros já com alguns anos”.

 

Quanto aos resultados desportivos, confessou: “Estamos satisfeitos com os resultados e, com a vitória do Carlos Martins cumpriu-se a tradição”.

 

Classificações:

  • 1.ª PEC Super Especial Serpa (2,17km): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 1’52.6.
  • 2.ª PEC A-do-Pinto 1 (10,8km): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi) 7’53.5.
  • 3.ª PEC Vale do Covo 1 (9,05km): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 4’49.3.
  • 4.ª PEC Santa Iria 1 (9,85 km): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 5’45.8.
  • 5.ª PEC A-do-Pinto 2 (10,8 km): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 7’45.3.
  • 6.ª PEC Vale do Covo 2 (9.05km): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 4’49.4.
  • 7.ª PEC Santa Iria 2 (9,85): Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 5’51.9. 

 

Absoluta Final:

  • Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 38’47.8.
  • 2.º Adruzilo Lopes/Paulo Leones (Mitsubishi), a 43s7.
  • 3.º Fernando Peres/José Pedro Silva (Mitsubishi), 1’33.08.
  • 4.º Fernando Teotónio/Luís Morgadinho, a 1’44.07. 5.º
  • Rui. Borges/Alexandre Ramos (Mitsubishi) a 2’52.03.
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