Diário do Alentejo

“7º Troféu José Poeira” em ciclismo foi um desfile de campeões nacionais

27 de abril 2022 - 12:00
O desporto é para todos…
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O júnior António Morgado (Bairrada) e os paraciclistas alentejanos Flávio Pacheco (Santa Cruz/Botelhos) e Luís Costa (Individual) foram a Odemira dar pedaladas importantes na reconquista da Taça de Portugal.

 

 Texto Firmino Paixão

 

 

O Troféu José Poeira regressou às estradas do concelho de Odemira, território de onde é natural o atual selecionador nacional de ciclismo. Após dois anos de ausência da competição, através da qual o município de Odemira e a Federação Portuguesa de Ciclismo homenageiam este antigo ciclista, regressou com uma dupla jornada de competições, para ciclistas juniores e paraciclistas. No passado dia 2 de abril, a Zambujeira do Mar foi o cenário das provas de contrarrelógio (23,4 km) para juniores e paraciclistas e, no segundo dia de competições, realizou-se uma etapa em linha para juniores, entre Vila Nova de Milfontes e Odemira, com a extensão de 129 km, e um circuito de 3,1 km em Boavista de Pinheiros a percorrer durante uma hora e mais três voltas, para os paraciclistas.

 

Uma fuga bem-sucedida de dois jovens da Bairrada (António Morgado e Gonçalo Tavares) permitiu-lhes chegar a Odemira com uma vantagem de 12 minutos sobre o pelotão, garantindo ao atual detentor da taça, António Morgado, que já vencera o contrarrelógio do dia anterior, um segundo triunfo que o manteve na liderança no ranking júnior. No paraciclismo, com 12 diferentes categorias em competição, para masculinos e femininos, destaque para as presenças do castrense Luís Costa (Classe H5) e do ermidense Flávio Jerónimo (Classe H4), atuais campeões nacionais e vencedores na dupla jornada de Odemira.

 

Multimédia0Vencedores António Morgado e Gonçalo Tavares, juniores da equipa da Bairrada, chegaram muito adiantados ao pelotão

 

O patrono do certame, o odemirense José Poeira, revelou ao “Diário do Alentejo” que: “Um dia, falei com o então presidente do município e sugeri-lhe a realização de uma competição aqui no concelho, até pela necessidade de descentralizar as provas, mas também sugeri que fosse uma prova de juniores, porque é um escalão que necessita de mais acompanhamento e para nós também podermos ver os talentos que temos em Portugal. Depois, juntámos-lhe o paraciclismo, porque o ‘desporto é para todos’. Tenho muito orgulho pela terra onde nasci e o facto de a prova ter recebido o meu nome foi uma opção do município. Esta foi a sétima edição, podia ter sido a nona, não fosse a pandemia”.

 

A representar a Federação Portuguesa de Ciclismo esteve, também, o antigo corredor tavirense, José Marques, que aproveitou a presença do nosso jornal para felicitar o município de Odemira “pelo empenho e pela dedicação que colocou neste evento, tanto na vertente de juniores, como de paraciclismo. Na área do paraciclismo, aquela que eu represento, creio que estamos de parabéns pelo que fizemos ontem em Zambujeira do Mar, estamos também de parabéns pelo que aconteceu hoje em Boavista dos Pinheiros, sabendo que houve alguma população que se sentiu de alguma forma impedida de fazer a sua vida normal, devido às limitações do circuito que ali foi desenhado, mas tiveram a recompensa de assistir a uma competição com pessoas de mobilidade reduzida a praticar desporto e a andarem ali todos felizes da vida, portanto, acho que todos ganhámos com isso. Quero notar que vieram pessoas de Bragança e de Melgaço para esta corrida, é sempre bom constatar a felicidade que estas pessoas sentem quando vêm de tão longe para fazerem duas provas de uma hora e pouco cada, em dois dias diferentes”, referiu o antigo corredor e ex-treinador da equipa de Tavira.

 

Quanto aos paraciclistas alentejanos, Flávio Pacheco assumiu que o grande objetivo “era, principalmente, vencer o contrarrelógio e com uma boa marca, porque são sempre os contrarrelógios as provas que se enquadram com as provas internacionais que irei fazer a partir do próximo mês, as taças do mundo e da Europa, na Bélgica e Alemanha e o campeonato da Europa na Áustria. São provas com esta tipologia, em distância e altimetria. A prova de estrada foi mais para rolar, sem me magoar, nem ter nenhum problema mecânico, dei o máximo na mesma, embora, nas partes mais técnicas não tivesse arriscado tanto, para não haver nenhum incidente e perder tudo aquilo que tenho vindo a preparar, que são as provas do mês de maio. Mas correu bem estou com boas sensações, espero ainda melhorar e vou continuar a trabalhar”.

 

Por outro lado, o paralímpico Luís Costa confessou que “foi um bom fim de semana em termos de testes, a pré-época foi longa, muita dura, com muito trabalho e agora foi altura de pôr em prática tudo aquilo que foi feito para saber em que ponto de forma é que eu estou. Fiquei muito satisfeito, mas como estou sozinho na minha classe (H5) só posso comparar-me a nível nacional com as outras classes. No contrarrelógio sim, tinha referências da última fez que ali corri, em 2018, e o registo deste ano deu para perceber que estou muito bem, que estou no bom caminho, perspetivando uma boa época”.

 

O campeão nacional na classe H5 adiantou também que “foram, sem dúvida, dois bons ensaios, para as próximas etapas da taça mas, entretanto, daqui por um mês, espero ser convocado para competir na primeira Taça do Mundo, na Bélgica, no fim de semana seguinte na Taça do Mundo na Áustria e, duas semanas depois, mais duas competições internacionais, na Alemanha (Campeonato da Europa), na Áustria (Taça do Mundo) e de novo na Áustria. Será tudo seguido, como estamos a cerca de um mês e estou neste ponto de forma, penso que tenho condições para fazer bons resultados”.

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