Diário do Alentejo

Comporta: "Aeroporto de Beja tem enorme potencial"

20 de fevereiro 2020 - 12:00

Em entrevista ao "Diário do Alentejo", José Cardoso Botelho, diretor executivo da Vanguard Properties, diz o aeroporto de Beja tem um "enorme potencial" para o desenvolvimento dos projetos turísticos de luxo na Comporta.

 

Texto: Aníbal FernandesFoto: José Ferrolho

 

Recentemente disse que o projeto da Comporta pode contribuir para rentabilizar o aeroporto de Beja. Existe algum estudo que quantifique o volume de tráfego que pode vir a ser gerado? Já tiveram contactos com a ANA – Aeroportos de Portugal sobre este assunto? E a ligação incompleta por autoestrada ao aeroporto também não seria uma mais-valia para a rentabilidade desta infraestrutura?

Por ora, ainda não. Mantemos contactos com empresas que operam no segmento da aviação executiva, nomeadamente, a Net Jets, que nos indicam utilizar o referido aeroporto para a deslocação de clientes cujo destino é a Comporta. Naturalmente que, considerando a distância entre o aeroporto de Beja e a Comporta, e a capacidade dessa unidade aeroportuária (nomeadamente a dimensão da pista), essa infraestrutura tem um enorme potencial para servir a zona da Comporta. Para que a mesma possa cumprir melhor a sua missão, claramente, é necessário completar a infraestrutura rodoviária e ainda um heliporto na zona da Comporta.

 

Os terrenos para construção de casas para os futuros funcionários do empreendimento foram adquiridos nas áreas urbanas de Grândola e Alcácer do Sal? Para quando o início dessas obras?

 

As propriedades foram adquiridas a privados e uma à Santa Casa da Misericórdia de Grândola. Neste momento estamos a desenvolver os projetos de arquitetura e esperamos poder começar a primeira obra no final do ano ou início de 2021.

 

Foi anunciado que o projeto vai criar entre três e cinco mil empregos quando entrar em velocidade de cruzeiro. E agora, durante a fase inicial das obras, quantos serão os trabalhadores e onde ficarão instalados?

 

Na primeira fase das obras, das infraestruturas, teremos cerca de 150 funcionários, número relativamente reduzido, visto que nesta fase grande parte do trabalho é feito com recurso a grandes máquinas. Quando começar a fase da construção dos edifícios, rapidamente teremos mais de 2 500 funcionários. As empresas de construção com quem trabalharemos criarão as suas próprias “bases de vida”, que contemplam não só quartos, mas também refeitórios, zonas de estar, salão de jogos, campo de futebol, etc..

Em concreto, qual o impacto que a criação da Associação Comporta Futuro poderá ter nestes territórios e de que forma se irá materializar?

A associação tem um conjunto de ideias e, futuramente, de projetos para a região que visam promover o valor ecológico, cultural e social da Comporta, criando as bases de uma comunidade integrada e integradora e contribuindo para, gradualmente, tornar a Comporta numa zona transversalmente sustentável e um case-study de sucesso, nacional e internacional. De molde a lograr os seus intentos, a associação terá um financiamento assegurado por parte de um conjunto de entidades que investem na região com a mesma visão para a Comporta. O conceito da associação foi oportunamente apresentado às câmaras municipais de Alcácer do Sal e de Grândola. Em breve, irão ser apresentadas as primeiras iniciativas concretas. Por ora, o que podemos afirmar é que existe um excelente relacionamento institucional e o interesse de promover projetos integrados e integradores.

 

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