Diário do Alentejo

Maternidade: "O problema de Beja é gravíssimo"

16 de junho 2019 - 10:00

“O problema de Beja é gravíssimo”. É desta forma que o presidente do colégio de ginecologia/obstetrícia da Ordem dos Médicos, João Bernardes, classifica a falta de especialistas na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), realidade que já levou ao encerramento do serviço de urgências por quatro vezes desde o início do ano.

 

Em declarações ao Público, João Bernandes explica que no bloco de parto do Hospital de Beja, o único com maternidade a funcionar no Baixo Alentejo e no Alentejo Litoral, há apenas cinco especialistas "quando seriam necessários entre 16 a 18 para assegurar todas as escalas", isto porque a urgência deveria ter, no mínimo, dois médicos em permanência.

 

Recorde-se que fonte do Ministério da Saúde, citada na passada semana pelo Diário do Alentejo, explicou que a instituição tem no seu quadro de pessoal cinco obstetras dos quais 2 são médicos aposentados e com horário reduzido, não prestando serviço de urgência. 

 

O Ministério reconhece a existência de "uma enorme dificuldade" em preencher todos os turnos necessários, em especial durante o período de férias. sublinhando que os concursos de ingresso, entretanto abertos, "têm ficado desertos".

 

Segundo João Bernardes, o problema da falta de médicos especialistas em ginecologia/obstetrícia “tem vindo a agravar-se” de ano para ano. Ao Público, este responsável da OM revelou que em 2018 foram formados 45 novos especialistas mas só cerca de metade foram colocados nos hospitais públicos. Os restantes preferem trabalhar em prestação de serviços. “A trabalhar à tarefa ganham 50 euros por hora”, diz ao mesmo jornal o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha.

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