Diário do Alentejo

Lendias d’Encantar sem apoio da Direção-Geral das Artes

03 de dezembro 2022 - 15:00
Festival Internacional de Teatro do Alentejo em risco
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Nos resultados provisórios publicados, na passada segunda-feira, 28, do concurso de apoio sustentado às artes na área de Teatro, na modalidade quadrienal, a companhia de teatro Lendias d’Encantar não viu a sua candidatura aprovada.

 

Tendo conseguido mais de 70 por cento de pontuação, em 100, no concurso de apoio sustentado às artes na área de Teatro-Criação, a companhia de teatro Lendias d’Encantar não foi proposta para apoio, segundo os resultados divulgados pela Direção-Geral das Artes (DGArtes).

 

Das 55 entidades elegíveis, 48 viram as suas candidaturas aprovadas. Entre as sete não propostas estão as Lendias d’Encantar, que conseguiu uma pontuação final de 75,21 por cento, menos três décimas que a última entidade proposta para apoio.

 

O diretor artístico da companhia, António Revez, sublinhou, à agência “Lusa”, que “houve uma injustiça por parte do júri”, o que vai originar uma contestação da decisão em audiência de interessados. “O júri fez análise defeituosa da nossa candidatura”, considerando que, entre outras questões, “foram desvalorizadas” atividades da companhia, nomeadamente relacionadas com a internacionalização.

 

De acordo com António Revez, a companhia alentejana tem “cumprido sempre os planos de atividades” apresentados e conseguido manter um apoio regular desde 2014/2015. “O nosso plano era interessante, principalmente para a região onde estamos inseridos, que é o Alentejo, com a carência de oferta cultural e artística que tem”, sublinhou.

 

Sem este apoio, acrescentou, a companhia terá que acabar com “um dos únicos festivais internacionais que é feito na região”, o Festival Internacional de Teatro do Alentejo, e estão em risco os “11 postos de trabalho” que possui.

 

Segundo a DGArtes, “das 55 candidaturas admitidas a concurso, 48 (89% das candidaturas com avaliação positiva) estão propostas para serem apoiadas. O montante de financiamento é de 51,4 milhões de euros, registando-se um aumento (da ordem dos 99%) face ao ciclo anterior (2018/2021), cujo montante foi de 25,8 milhões de euros”.

 

Recorde-se que, entre os objetivos do Programa de Apoio Sustentado da DGArtes, “conta-se a consolidação das estruturas artísticas e a correção de assimetrias territoriais – garantindo-se o financiamento de um número mínimo de entidades em cada uma das regiões (NUTS II) do país – enquanto medida de promoção da democratização do acesso à cultura”.

 

Este não é caso inédito na região. Na edição de 18 de novembro, o “Diário do Alentejo” deu conta que a DGArtes informou os organizadores do Festival Terras Sem Sombra que “não tenciona apoiar” a sua candidatura ao Programa de Apoio Sustentado, na área da música, para 2023 e 2024. Na altura, Sara Fonseca, dirigente da associação Pedra Angular, organizadora do festival, referiu que a medida, a ser confirmada, “põe em causa a realização do evento nos próximos dois anos” com figurino habitual.

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