Diário do Alentejo

Devido à pandemia, vem aí uma Ovibeja… virtual

22 de fevereiro 2021 - 11:20

Depois da edição de 2020 ter sido cancelada, a 37.ª Ovibeja vai realizar-se (quase) como habitualmente, nos próximos dias 22 e 23 de abril, mas apenas na Internet. É certo que as tasquinhas e as Ovinoites não vão fazer parte do programa, mas o recinto da feira em três dimensões vai permitir que os visitantes percorram os vários pavilhões e interajam com os expositores.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

Faltam pouco mais de dois meses para a abertura das portas da 37.ª edição da Ovibeja, mas este ano, aos visitantes, basta, em qualquer parte do planeta, ter um computador com acesso à Internet para poderem percorrer a única feira que mostra “todo o Alentejo deste mundo”. Rui Garrido, presidente da ACOS – Agricultores do Sul, revelou ao “Diário do Alentejo” que a edição de 2021 da grande feira agrícola do Alentejo vai ser realizada ‘online’, a três dimensões, permitindo mostrar os vários pavilhões e os respetivos espaços dos expositores. Os contactos com as empresas e as instituições já começaram e foram bem acolhidos, o que deixa antever uma diversificada oferta do certame, a exemplo do que aconteceu nas edições anteriores.

 

Assim, por exemplo, vai ser possível visitar no pavilhão institucional os ‘stands’ das autarquias, do Ministério da Agricultura ou do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) 2020 e aí interagir com cada um dos espaços e conteúdos apresentados. O mesmo se aplica a outros expositores que poderão explorar cada um dos espaços virtuais para promoverem e venderem os seus produtos ou efetuarem contactos ‘online’ com potenciais clientes. O mesmo se passará com o espaço dedicado à pecuária e às raças pecuária autóctones ou no tradicional espaço dedicado às maquinarias agrícolas.

 

Mas as novidades não se ficam por aqui: este ano está a ser preparada uma conferência sobre a atividade vitivinícola em colaboração com a Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito e com a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo (CVRA), mas ainda é cedo para se conhecerem mais pormenores.

 

JOVENS

 

Entretanto foi anunciado que na edição deste ano os estudantes e jovens agricultores vão ser desafiados a “anteciparem o futuro”. O AGRIDigital Challenge, que se destina a jovens entre os 16 e os 40 anos, é uma competição para equipas (no mínimo com dois elementos), de caráter formativo, com ‘webinars’ temáticos e desafios práticos. O objetivo é levar os concorrentes a mostrarem os seus níveis de “organização, liderança, atitude colaborativa, partilha de experiências e de conhecimentos”, simulando situações reais em busca de soluções que privilegiem a sustentabilidade e a inovação no setor agrícola recorrendo às mais recentes inovações tecnológicas. A iniciativa inclui palestras de especialistas em sustentabilidade, economia agrícola, pecuária e agricultura de precisão, olival e azeite ou agroindústrias, e vai ser integralmente virtual e é organizado para a ACOS pela Strategy for Improvement (SFORI) com o apoio da Associação Internacional de Estudantes de Agricultura e Ciências Relacionadas IAAS Portugal). A inscrição é gratuita, mas sujeita ao preenchimento de um formulário que pode ser encontrado em www.agrichallenge.pt, integrado no portal da Ovibeja (em www.ovibeja.pt).

 

Para além dos ‘webinars’ do AGRIDigital Challenge, a organização vai promover outros destinados ao público, nomeadamente sobre economia, pecuária, agricultura de precisão, olivicultura ou agroindústria.

 

PRÉMIO CA OVIBEJA

 

Por outro lado, o já tradicional Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja, também vai marcar presença na edição virtual do evento, no ano em comemora o seu 10.º aniversário. No entanto, apesar das amostras já recebidas, oriundas de todo o mundo, permitirem antecipar uma forte participação, o concurso sofre de alguns constrangimentos devido ao período de pandemia. Desde logo na composição do júri presidido por José Gouveia que terá um painel de provadores mais pequeno, composto apenas por portugueses e espanhóis, uma vez que as limitações às viagens impedem a deslocação de especialistas de outros países.

 

O anúncio do cancelamento da edição (física) da Ovibeja deste ano foi feito em finais de janeiro pela ACOS, tendo em conta o agravamento da situação pandémica. “Embora sabendo da importância que representa para a agricultura e todas as atividades económicas e sociais da região, e até mesmo do país, a comissão organizadora viu-se obrigada a reconhecer que não estão reunidas as condições para realizar a 37.ª Ovibeja nos moldes tradicionais”, reconheceu a entidade organizadora.

 

 

FINANÇAS CONTROLADAS

 

Poderia pensar-se que o cancelamento das edições de 2020 e 2021 – em termos tradicionais – da Ovibeja tivesse um efeito negativo nas contas da ACOS, a entidade organizadora do certame, mas Rui Garrido, presidente da associação, garante que não. “O grande impacto é na cidade e na região que ficaram privadas do evento e das pessoas que movimentava”. Em termos financeiros, assegura, “não há grande diferença, uma vez que o evento sempre foi suportado pelo orçamento da associação” e as receitas davam apenas para cobrir as despesas. Também ao nível do pessoal não foi necessário intervir e, ao contrário do que se passou em 2020, em que recorreram durante dois meses ao regime de ‘lay-off’, este ano todos os trabalhadores continuam no ativo, em teletrabalho, ou em trabalho desfasado.

Comentários